Histórico

Os esforços de proteção das onças do Iguaçu tiverem início em 1990, como pesquisador Peter Crawshaw Jr., que criou o Projeto Carnívoros do Iguaçu.

Durante quase uma década, ele e sua equipe monitoraram algumas espécies de carnívoros da Mata Atlântica, produzindo informações biológicas e ecológicas inéditas sobre elas, especialmente a onça-pintada, um dos alvos principais do estudo original, juntamente com a jaguatirica.

A partir de animais equipados com radio transmissores, ele calculou uma densidade de 3,6 onças-pintadas/100 km, estimando uma população mínima de 68 onças para todo o Parque Nacional do Iguaçu, um número já considerado alarmante em termos conservacionistas na época. Além de uma população reduzida, o estudo constatou ainda as mortes de 10 onças, por caçadores e donos de rebanhos atacados por onças nas vizinhanças do Parque, em um período de apenas três anos. Entre 1995-97, outras 30 onças adultas foram mortas no entorno do Parque, devido a causas semelhantes, gerando uma expectativa bastante pessimista em relação à viabilidade da população local.

Tais informações tiveram grande impacto sobre a elaboração do Plano de Manejo do PNI, concluído em 1999, que incluiu medidas específicas para as onças-pintadas, consideradas prioritárias para a conservação da população local da espécie: “… Avaliar, em conjunto com o CENAP, os dados da biologia e proceder, se possível, a estudos de variabilidade genética da onça-pintada Panthera onca e proceder à realização da sua análise de viabilidade populacional e de habitat (PVA/PHVA). Buscar parcerias para a captação de recursos e realização do PVA/PHVA da onça-pintada”.

Tais informações tiveram grande impacto sobre a elaboração do Plano de Manejo do PNI, concluído em 1999, que incluiu medidas específicas para as onças-pintadas, consideradas prioritárias para a  conservação da população local da espécie: “… Avaliar, em conjunto com o CENAP, os dados da biologia e proceder, se possível, a estudos de variabilidade genética da onça-pintada Panthera onca e proceder à  realização da sua análise de viabilidade populacional e

 Buscar parcerias para a captação de recursos e realização do PVA/PHVA da onça-pintada”.

Apesar da determinação oficial do Plano de Manejo, tais ações não foram executadas nos anos seguintes devido à restrição de recursos humanos, logísticos e financeiros, já que estas requerem estruturas laboratoriais complexas, técnicos capacitados e elevados gastos com material de consumo, além de informações biológicas e ecológicas ainda indisponíveis para a espécie.

Mesmo com os esforços empregados pela equipe de proteção do Parque, a população de onças sofreu uma drástica redução aparente nos anos seguintes, atribuída, em parte, à pressão de caça exercida pelas populações vizinhas sobre estes predadores e suas presas, mas também a possíveis fatores demográficos comuns às pequenas populações de organismos. Tal redução gerou uma preocupação crescente com a situação da espécie junto à administração do Parque.

Após quase dez anos de perspectivas desanimadoras em relação à execução das medidas previstas no Plano de Manejo, a solução para a falta de recursos financeiros para o monitoramento das onças do PARNA Iguaçu surgiu através do processo de renovação do contato de concessão do Hotel das Cataratas. O edital internacional de licitação do hotel em 2006 incluiu, após ampla negociação, a obrigatoriedade contratual de financiamento de um projeto de longo prazo por parte da empresa vencedora.

Em 2009 os trabalhos puderam ser retomados graças à disponibilização de recursos advindos da renovação do contrato de concessão do Hotel Belmond Cataratas. Este contrato foi firmado entre o Orient Express, o Parque Nacional do Iguaçu e o Instituto Pró Carnívoros, que desde 2008 então desenvolve ações para a conservação da onça-pintada no parque.

O projeto foi então retomado, com a bióloga Marina Xavier da Silva e sua equipe, e incluiu o envolvimento de novos parceiros. Em 2010 foi firmado um acordo de cooperação internacional com pesquisadores argentinos do Proyecto Yaguareté para unir esforços para a pesquisa e conservação, com o objetivo de traçar um panorama conjunto da situação da espécie no contínuo de Floresta Atlântica compartilhado por ambos os países.

Em fevereiro de 2018 o Projeto Carnívoros do Iguaçu foi reformulado, teve seu nome alterado para Projeto Onças do Iguaçu, recebeu uma nova equipe e teve seu escopo ampliado.

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